Como um todo podemos dizer que somos a união de perfis que se completam entre sí, e enquanto ser e dono de um desses perfis, somos a mistura de um monte de sentimentos e emoções. Enquanto ser individual somos um organismo completo e perfeito tal qual somos em sociedade: diferentes e complementantes. É isso que se busca neste espaço: a diversificação de idéias, a falta da necessidade de uma direção porque todas elas ensinam algo, diversos temas, a autêntica "Mistura de Tudo".
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
A Crise Segundo Einstein
O Que é a Criatividade
Gestalt, Rogers, Maslow e Rollo May e suas teorias trouxeram grandes contribuições ao estudo da criatividade e fatores condicionantes para sua existência, admitindo a tendência humana à auto-realização como chave motivacional da criatividade, desde que não deixado de lado um ambiente que propicie liberdade para sua expressão e possam ocorrer os insights, ou seja, aquelas idéias repentinas que nos vêem a cabeça. A partir da década de 70 passaram a ser observadas as influência dos fatores sociais, culturais e históricos no desenvolvimento da criatividade.
Sternberg e Lubart consideraram que a criatividade é o resultado da soma de seis fatores que se inter-relacionam, e se fazem necessários para a expressão criativa: inteligência, conhecimento, estilos intelectuais, personalidade, motivação e o fator ambiental. Se faz importante salientar que nem todos elementos desses recursos são relevantes ao desenvolvimento da criatividade.
►Inteligência: são três as habilidades cognitivas importantes: habilidade para enxergar um problema sob um novo ângulo; habilidade analítica para reconhecer as idéias viáveis e não viáveis; habilidade prática-contextual para convencer outras pessoas sobre essas idéias. As três habilidades devem ser usadas em conjunto.
Em se tratando da resolução de problemas, há três tipos de insights:
-insight de codificação seletiva → a pessoa consegue na resolução de um problema distinguir a importância de dados que podem ou não ser prontamente óbvios;
-insight de comparação seletiva → utiliza-se a história para resolver problemas atuais;
-insight de combinação seletiva → quando se agrupam informações que não se inter-relacionam entre sí.
►Estilos Intelectuais: legislativo (formula problemas e cria novas regras e maneira de enxerga-lo), executivo (gosto pela implementação de idéias, prefere problemas com estrutura clara e bem definida), judiciário (avalia constantemente pessoas, tarefas e regras, tem prazer em dar opiniões e analisar as dos demais).
►Conhecimento: é fundamental para se entender o problema.
►Personalidade: predisposição a correr riscos, auto confiança, tolerância à ambigüidade, coragem de expressar as próprias idéias, perseverança, auto-estima, fatores nem sempre presentes juntos. Esses traços podem ser influenciados por condições ambientais, e portanto também podem ser adquiridos.
►Motivação: tanto intrínseca ( que vem do interior da pessoa) como extrínseca ( influenciada por fatores externos), juntam-se para fortalecer a criatividade.
►Contexto Ambiental: o ambiente que facilita a expressão da criatividade interage com variáveis pessoais e situacionais de uma forma complexa. Tem a ver com a area de atuação, potencial criativo, etc.
Modelo Componencial de Criatividade - Amabile
''um produto ou resposta será julgado como criativo na medida em que é novo e apropriado, útil, correto ou de valor para a tarefa em questão, e a tarefa é heurística e não algorítmica''(Amabile).
Alguns dos traços pessoais que beneficiam a produção criativa: autodisciplina, persistência, independência, tolerância a ambíguidades, inconformismo, auto motivação e predisposição a correr riscos. Não se esquecendo de frisar: essas características podem ser desenvolvidas.
Modelo de criatividade proposto por Amabile:
Identificação do problema → preparação ( coleta de dados) → geração de resposta (com várias possibilidades de respostas) → comunicação e validação da resposta → resultado (tomada de decisão com relação à resposta). Estágios que não tem necessariamente, uma seqüência lógica.
Para se estimular a criatividade em sala de aula ou no ambiente de trabalho podemos encorajar autonomia e independência, ressaltar as realizações, destacar o prazer na aprendizagem, evitar clima competitivo, induzir os indivíduos a experiências que possam estimular a capacidade criativa, encorajar questionamentos e curiosidade, sempre dar feedback em caráter informativo, dar opções de escolha, liberdade de expressão, etc.
A Perspectiva de Sistemas – Csikszentmihalyi
Os estudos da criatividade são focados nos sistemas sociais, não restringindo-se ao indivíduo. Criatividade resulta de três fatores: indivíduo, domínio (cultura) e campo (sistema social).
Os indivíduos criativos normalmente tem como características a curiosidade, o entusiasmo, motivação intrínseca, são abertos a novas experiências, persistentes, tem fluência de idéias e flexibilidade de pensamento, porém sem deixar de necessitar de ambiente que estimule sua criatividade e apoio familiar. O sistema social é quem decide se uma idéia ou produto é criativo e se deve ser aceito. Portanto, é mais viável a preocupação com a cultura do que as competências individuais. Fatores sociais, culturais e históricos tem forte influência na produção criativa e principalmente, na avaliação do trabalho criativo.
Referencias:
Alencar, E.M.L.S. (1995). Criatividade. Brasília: Editora da Universidade de Brasília.
Alencar, E.M.L.S. (1996). A gerência da criatividade. São Paulo: Makron.
Alencar, E.M.L.S., Neves-Pereira, M., Ribeiro, R. & Brandão, S. (1998). Personality traits of Brazilian creative scientists. Gifted and Talented International, 13,14-18.
Alencar, E.M.L.S. & Rodrigues, C. J. S. (1978). Relação entre tempo de ensino, localidade da escola e características comportamentais consideradas desejáveis e indesejáveis por professores do ensino do 1 grau. Arquivos Brasileiros de Psicologia Aplicada, 30, 75-93.
Amabile, T.M. (1983). The social psychology of creativity. New York: Springer.
Amabile, T.A. (1989). Growing up creative. Buffalo, NY: The Creative Education Foundation Press.
Amabile, T.M. (1995). Attributions of creativity: What are the consequences? Creativity Research Journal, 8,423-426.
Amabile, T.A. (1996). Creativity in context. Boulder, CO: Westview Press.
Amabile, T.M. & Gryskiewicz, M.D. (1989). The creative environment scales: Work Environment Inventory. Creativity Research Journal, 2, 231-253.
Amabile, T.M. & Tighe, E. (1993). Questions of creativity. Em J. Brockman (Org.), Creativity (pp. 7-27). New York: Touchstone.
Arieti, S. (1976). Creativity. The magic synthesis. New York: Basic Books.
Barron, F. (1969). Creative person and creative process. New York: Rinehart & Winston.
Chambers, J.A. (1973). College teachers: their effect on creativity of students. Journal of Educational Psychology, 65, 326-334.
Collins, M.A. & Amabile, T. M. (1999). Motivation and creativity. Em R. J. Sternberg (Org.), Handbook of creativity (pp.297-312). New York: Cambridge University Press.
Csikszentmihalyi, M. (1988a). The domain of creativity. Trabalho apresentado no Congresso de Criatividade. Pitzer College, Claremont, Estados Unidos.
Csikszentmihalyi, M. (1988b). Society, culture, and person: a systems view of creativity. Em R. J. Sternberg (Org.), The nature of creativity (pp. 325-339). New York: Cambridge University Press.
Csikszentmihalyi, M. (1988c). Where is the evolving milieu? A response to Gruber. Creativity Research Journal, 1,60-62.
Csikszentmihalyi, M. (1996). Creativity. New York: HarperCollins.
Csikszentmihalyi, M. (1999). Implications of a systems perspective for the study of creativity. Em R. J. Sternberg (Org.), Handbook of creativity (pp. 313-335). New York: Cambridge University Press.
Feldman, D.H. (1994). Creativity: dreams, insights, and transformations. Em D. H. Feldman, M. Csikszentmihalyi & H. Gardner (Orgs.), Changing the world. A framework for the study of creativity (pp. 103-134). Westport, CT: Praeger.
Feldman, D.H., Csikszentmihalyi, M. & Gardner, H. (1994). A framework for the study of creativity. Em D. H. Feldman, M. Csikszentmihalyi & H. Gardner (Orgs.), Changing the world. A framework for the study of creativity (pp. 1-45). Westport, CT: Praeger.
Gardner, H. (1993). Creating minds. New York: Basic Books.
Gruber, H.E. & Davis, S. N. (1988). Inching our way up to Mount Olympus: the evolving-systems approach to creative thinking. Em R.J. Sternberg (Org.), The nature of creativity (pp. 243-270). New York: Cambridge University Press.
enessey, B.A. & Amabile, T. M. (1988). The conditions of creativity. Em R.J. Sternberg (Org.), The nature of creativity (pp. 11-38). New York: Cambridge University Press.
Hill, K.G. & Amabile, T.M. (1993). A social psychological perspective on creativity: intrinsic motivation and creativity in the classroom and workplace. Em S.G. Isaksen, M.G. Murdock, R.L. Firestein &. D. Treffinger (Orgs.), Understanding and recognizing creativity: the emergence of a discipline (pp. 400-432). Norwood, NJ: Ablex.
Que todos sejam bem vindos e boa navegação